O deputado Adelino Follador (DEM) denunciou nesta terça-feira (29) o péssimo estado de conservação da BR-364, e pediu ao Ministério Público Federal (MPF) uma investigação sobre os pagamentos realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT/Rondônia) às empreiteiras contratadas para fazer a manutenção da rodovia, que, segundo suas palavras “é dinheiro do contribuinte jogado fora”.

Segundo o deputado, o DNIT não fiscaliza ou é conivente com práticas condenáveis no serviço público, visto que estaria pagando por serviço não executado ou realizando pagamentos duplos. O parlamentar informou que muitos trechos são recuperados duas vezes por mês. “A empresa realiza os serviços e não dá garantia nem de um mês por aquilo que fez”, disse o deputado suspeitando de que alguma coisa está errada neste processo.

Além dos trechos que foram recuperados e que logo em seguida receberam nova recuperação, o deputado denunciou a situação das obras realizadas nos trevos de acessos às cidades localizadas fora do eixo, que sem qualquer garantia dos serviços, já estão todos danificados, em péssimas condições, exigindo muita perícia dos motoristas. “Queremos saber como estão sendo feitos esses pagamentos, quem são os responsáveis pelas medições dos serviços e pelos pagamentos”, disse alertando que esta é uma prática que se estende para as obras de todas as rodovias federais no Estado, e que por isso está formalizando seu pedido de investigação junto ao MPF.

MORTES DA BR-364

Na sessão desta terça-feira do Parlamento, Follador criticou duramente o DNIT de Rondônia, classificando-o de “o pior do País”, inoperante e suspeito de práticas ilícitas. Ele exigiu da autarquia providências urgentes para recuperação e manutenção pelo menos dos piores trechos da BR-364, que só nesta semana (Páscoa) matou seis pessoas e mandou mais de uma dezena para os hospitais do Estado, dois dos quais em estado grave.

No plenário da Assembleia Legislativa, o deputado citou os nomes de Thaís Ferreira Rocha, Átila Micael Leite de Aquino, Deise Murer, Dunia Murer, Antonio Luiz Santoro e Sebastião Alves Carvalho, vítimas fatais do desleixo do Governo Federal (DNIT), que deu as costas para suas responsabilidades, jogando para o cidadão (usuário da rodovia) toda sorte de risco e dano, como se dele fosse a responsabilidade pela manutenção da rodovia.

Enquanto apresentava suas condolências às famílias das vítimas da BR-364, Follador foi informado de que mais uma pessoa, um agricultor de 36 anos, foi a óbito na rodovia, após ser atropelado no km 507(Ariquemes), enquanto automóveis e carretas disputam em zig-zag os resquícios de asfalto para não caírem perigosamente nas crateras que vão se formando.

Fonte: Ascom.