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Esclareça suas dúvidas sobre a vacina contra a gripe em grávidas e crianças

Por http://mdemulher.abril.com.br/, 14/04/2016 09h50
Entenda a importância da imunização contra os vírus da influenza (H1N1, H3N2 e B) para as crianças, gestantes e puï (Foto: Reprodução)
Entenda a importância da imunização contra os vírus da influenza (H1N1, H3N2 e B) para as crianças, gestantes e puï - Foto: Reprodução

1. Quem é o público-alvo da vacinação?
De acordo com a Campanha de Vacinação contra a Gripe de 2015, a imunização contra a influenza está disponível para crianças de 6 meses a menores de 5 anos idade, gestantes e mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério), idosos a partir dos 60 anos, indígenas, presidiários e funcionários do sistema prisional, profissionais de saúde, além dos doentes crônicos.

2. Por que é importante vacinar contra a gripe crianças com idades entre 6 meses e 5 anos?
Pessoas desse grupo etário, assim como os outros que fazem parte do público-alvo, têm maior risco de desenvolver complicações e serem hospitalizadas em decorrência dos vírus da influenza que a vacina previne. "A criança tem uma certa imaturidade imune, o que faz com que tenha uma manifestação mais grave da doença", explica o pediatra Marco Aurélio Sáfadi, diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médica da Santa Casa de São Paulo.

3. Por que é importante que as gestantes e as puérperas se vacinem contra a gripe? 
O sistema imunológico tanto da grávida quanto da puérpera - período de até 45 dias após o parto - está comprometido pela gestação. "Quando o útero cresce ele empurra o diafragma e a capacidade do pulmão é reduzida. A mecânica respiratória desta mulher é afetada. Então, qualquer doença respiratória é mais grave em uma gestante. A puérpera ainda tem o seu sistema imunológico comprometido porque as modificações no corpo devido à gravidez levam um tempo para passar", explica o pediatra e neonatologista Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Quando a mãe se vacina, ela também irá proteger o seu filho. "Os anticorpos produzidos pela grávida protegem o bebê também", conta Kfouri.

4. Como faço para ser vacinada ou para vacinar meu filho?
Para tomar a vacina no sistema público, basta procurar uma unidade de saúde durante o período estabelecido pelo governo. Não se pode esquecer a carteirinha de vacinação e um documento de identidade original. Já aqueles que optarem pela vacinação em clínicas particulares, devem procurar laboratórios que disponibilizam a vacina e pedir para ser imunizado.

5. Por que os bebês com até 6 meses de vida não podem receber a vacina?
"Não existem ainda estudos suficientes que deem respaldo para utilizar a vacina contra a gripe em bebês abaixo de seis meses de idade. Precisamos de estudos tanto do ponto de vista de eficácia quanto de segurança para poder realizar esta imunização", diz Sáfadi. Então, para evitar que a gripe atinja os pequenos, Kfouri orienta que as mães amamentem seus filhos, evitem aglomerações e mantenham em ordem a higiene, lavando sempre as mãos da criança. Por isso, a vacinação das gestantes se torna ainda mais importante. Ao proteger as mulheres grávidas, a mãe e o bebê estarão protegidos. Isso porque os anticorpos produzidos pela mãe são passados ao bebê pela placenta e pela amamentação. Após o parto, a mulher também poderá procurar uma clínica ou os postos públicos para ser imunizada.

6. Há diferença entre a vacina contra a gripe oferecida pelo governo e a oferecida pelas clínicas privadas?
Não há diferenças. "A composição da vacina contra a gripe só pode ser uma em cada hemisfério. A Organização Mundial de Saúde recomenda como deve esta vacina para cada hemisfério com base nos três vírus da influenza que devem circular mais", explica Kfouri. A composição da vacina é contra os vírus H1N1 H3N2 e B.

7. A vacina pode provocar algum efeito colateral?
As vacinas contra a gripe são muito pouco reatogênicas. E, por isso, raramente causam algum tipo de alergia. "No máximo, o local da aplicação poderá ficar um pouco avermelhado e dolorido e, às vezes, um pouquinho de febre", completa Kfouri.
Não existe a possibilidade de ficar gripado por causa da imunização. "Isso não é possível porque a vacina é feita com o vírus morto, sem nenhuma capacidade de causar a doença. Porém, às vezes, a pessoa pode adoecer antes de a vacina começar a protegê-la, já que ela leva de 3 a 4 semanas para surtir efeito", conta Kfouri.  

8. A vacina é a garantia de que eu não terei a gripe H1N1?
A vacinação diminui bastante a probabilidade de contágio pela gripe H1N1, porém ainda é possível contrair a doença. "Depende de alguns fatores, principalmente da idade. A vacina funciona melhor no adulto jovem, a eficácia nesta população é em torno de 80%. Em crianças pequenas, idosos ou aqueles que já têm a imunidade debilitada a imunização funciona menos. A vacina não é uma garantia de proteção contra a gripe porque depende do estado imunológico de quem a recebe e há outros vírus da gripe que podem circular", afirma Kfouri.

9. Quantas aplicações são necessárias?
A partir dos 9 anos e para quem já foi imunizado contra a influenza anteriormente, será necessário apenas uma aplicação da vacina. Para os pequenos de até 2 anos que ainda não foram imunizados, são necessárias duas doses com intervalo de um mês entre cada uma.

Vacinar gestantes contra a gripe diminui em 50% o risco de morte fetal, demonstra estudo.

Gripe não é brincadeira, principalmente quando se trata das futuras mamães. É que, durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher fica mais fraco, o que abre portas para que agentes infecciosos façam estrago na saúde da mãe e do bebê. Entre as ameaças estão os vírus da família influenza, os causadores da gripe. "Seus efeitos no organismo da gestante ainda estão sendo estudados, mas a principal teoria é que a infecção por influenza causa uma inflamação na mãe, impactando no crescimento do feto", explica a pesquisadora Annette Regan, professora da Universidade do Oeste da Austrália, em entrevista ao Bebê.com.br.
A principal medida para evitar que a gripe ameace a gravidez é a vacinação. Em um estudo recém-publicado no periódico científico Clinical Infectious Diseases, Annette e um time de pesquisadores notaram que imunizar a gestante contra essa infecção pode diminuir pela metade a probabilidade de morte fetal. Os cientistas analisaram 58 mil nascimentos que ocorreram entre abril de 2012 e dezembro de 2013 na Austrália. Das gestantes que participaram do levantamento, 53 mil receberam a vacina trivalente durante os nove meses; as outras 5 mil não foram imunizadas. Comparando os dois grupos, os estudiosos notaram que as grávidas vacinadas contra a influenza tinham um risco 51% menor de ter filhos natimortos (bebês que nascem sem vida com mais de 22 semanas gestacionais e pesando mais de 500 gramas) em relação às que não tomaram o medicamento.
"Durante a pandemia de H1N1, em 2009, nós vimos uma redução similar de mortes fetais após a vacinação", observa Anette Regan. "Nossos resultados são particularmente animadores porque eles mostram que podemos ter a mesma proteção durante as epidemias sazonais, que acontecem todos os anos durante o inverno", comenta a pesquisadora.
Segurança para mãe e filho
Já deu para ter uma ideia de por que é fundamental que as gestantes se protejam da gripe, certo? Não é à toa que elas integram o grupo prioritário para receber o imunizante durante as campanhas de vacinação. "Ao tomar a vacina, a mãe protege a si e ao bebê, pois ela transfere anticorpos contra o influenza para filho, que só poderá ser imunizado aos 6 meses", alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O mesmo vale para as puérperas, ou seja, mulheres que estão no período pós-parto. Além de fortalecerem suas defesas (que ainda estão em baixa devido à gravidez), elas transferem proteção contra o vírus ao bebê pelo leite materno. E fique tranquila: a vacina é feita com vírus inativado e, portanto, é segura para mãe e filho.

Campanha de vacinação

Em 2016, o surto de gripe começou antes do tempo esperado no Brasil. Este ano, quem está causando estragos é o H1N1, um dos tipos de influenza. Em fevereiro, a região Sudeste já apresentava casos de infecção pelo vírus. Até o dia 5 de abril, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (um dos estados mais afetados) registrou 534 casos de gripe e 70 óbitos ligados ao H1N1. Daí porque a campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada no território paulista.
A partir desta segunda-feira (11), cidadãos que integram o grupo prioritário poderão receber o imunizante na rede pública e nas clínicas particulares. São eles as grávidas, as crianças com idades entre 6 meses e 5 anos e os idosos. Do dia 18 em diante, a imunização atenderá também pacientes com doenças crônicas ou que comprometem a imunidade, indígenas e as puérperas (até 45 dias após o parto). Para os demais indivíduos a vacinação acontecerá junto com a campanha nacional, entre os dias 30 de abril e 20 de maio.
Vale destacar que o imunizante oferecido em São Paulo já é a versão atualizada, que será disponibilizada a partir do dia 30 em todo o país. Além do H1N1, essa vacina protege contra as novas cepas dos vírus H3N2 e influenza B, que também causam gripe.

6 mitos sobre a vacina contra gripe

Se você ainda torce o nariz para a vacinação, confira a lista que esclarece as dúvidas mais comuns de quem pensa em se prevenir contra o vírus influenza
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, iniciada pelo Ministério da Saúde nesta semana em todo o país, ainda gera desconfiança e medo por parte da população, que criou alguns mitos em torno da vacina. A pediatra e infectologista Adriane Cruz, do Hospital Quinta DÂ’Or, no Rio de Janeiro, esclarece esses mitos e verdades.
Foto: Getty Images

1. Quem toma a vacina pode ficar gripado por causa disso?
Mito. Trata-se de uma vacina inativada (morta), incapaz de gerar doença. O sintoma mais associado após a vacina é vermelhidão no local da aplicação e febre, que ocorrem de 6 a 24 horas depois.

2. Há substâncias cancerígenas nos componentes da vacina?
Mito, totalmente infundado.


3. Há riscos para os bebês de grávidas que são vacinadas?
Mito. Aliás, a gestação é um excelente momento para vacinar. O bebê ficará protegido por passagem de anticorpos via placenta até que possa receber a vacina. As grávidas têm maior risco de desenvolver formas graves de doença, com altas taxas de mortalidade.

4. Crianças muito pequenas não devem tomar a vacina por não terem formado o sistema imunológico?
Mito. A vacinação básica deve ser iniciada logo ao nascimento com a BCG e a hepatite B. A vacina contra influenza está indicada para  os maiores de 6 meses.

5. A vacina só deve ser tomada em risco de epidemia?
Não. Trata-se de uma doença viral, altamente contagiosa, afetando todas as idades com altas taxas de morbidade e mortalidade a cada ano. Apesar de ser auto-limitada na grande maioria das vezes, há possibilidade de complicações, independentemente de estarmos diante de epidemia. Considerar tal vacinação, sempre que houver possibilidade.

6. Muitas pessoas também não tomam a vacina porque pensam que podem estar servindo de cobaias. A vacina já foi testada há quanto tempo?
Mito. Vacinas contra influenza são utilizadas há décadas em vários países do mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde vem realizando campanhas anuais contra influenza desde 1999 com redução significativa das taxas de mortalidade por influenza e complicações relacionadas.

Ainda segundo a Dra. Adriane Cruz, a influenza pode causar doenças graves em qualquer indivíduo, embora seja para complicações nos seguintes grupos de risco: crianças pequenas e idosos, pessoas portadoras de doenças crônicas (AIDS, diabetes, câncer, doenças crônicas do coração, dos pulmões e dos rins), imunodeprimidos, gestantes no 2° e 3° trimestres de gravidez e recém-nascidos. Há contraindicações apenas para pessoas com história prévia de reação alérgica grave a ovo ou outros componentes da vacina.