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O Frigorífico Rio Beef, fundado em 2019 para atender à crescente demanda do mercado de carnes na região de Ji-Paraná (RO), hoje enfrenta uma situação crítica, que levanta sérias preocupações não apenas sobre a viabilidade de sua recuperação judicial, mas também sobre o impacto direto na vida dos pecuaristas e fornecedores da região. Envolvido em uma dívida de mais de R$ 115,5 milhões, o frigorífico vem lutando para sobreviver em meio a alegações de má gestão, desvios de recursos e tentativas infrutíferas de reestruturar suas operações.
Após a rejeição do plano de recuperação judicial em assembleia, a crise parece estar longe de uma solução, com novos obstáculos surgindo, como a possível perda do imóvel onde a empresa opera e suspeitas de irregularidades financeiras. Entenda toda a história, o que tem ocorrido e, claro, o que se pode esperar dessa situação lamentável e obscura que paira sobre um dos principais frigoríficos do estado de Rondônia, importante produtor de carne bovina no país.
O Compre Rural teve acesso, com exclusividade, aos documentos referentes aos processos enfrentados pelo Frigorífico Rio Beef, que incluem o pedido de recuperação judicial, a lista de credores, o pedido de entrega do imóvel, entre outros.
Além disso, estivemos em contato com uma das partes envolvidas, que, por ora, prefere não se manifestar, temendo possíveis atitudes de má-fé que possam surgir durante o andamento do processo. Em 2023, relatamos aqui no Portal o desrespeito sofrido pela classe de pecuaristas de Rondônia, que agora se veem obrigados a lutar para receber o pagamento pela venda dos seus animais.
Histórico do Caso e Principais Pontos para Relembrar sobre o Rio Beef
Desde o início de 2023, o Rio Beef entrou com pedido de recuperação judicial, buscando uma forma de reorganizar suas finanças e garantir o pagamento de seus credores. O frigorífico, que já foi uma das principais empresas de abate de gado da região, viu sua credibilidade desmoronar com o acúmulo de dívidas e a rejeição de seus planos por parte dos credores.
Em abril de 2023, a proposta inicial de recuperação foi rejeitada por 69% dos credores, abrindo caminho para um novo plano que foi apresentado em julho do mesmo ano. No entanto, esse plano também foi recebido com desconfiança por parte dos credores. Já o administrador judicial, que questionou alguns pontos, informou ao Compre Rural que “foram requeridos documentos complementares, conforme exigido pela Lei 11.101/05, a fim de garantir a transparência do plano que será deliberado pelos credores“, que ainda completou: “Dessa forma, esta Administração Judicial não manifestou qualquer desconfiança quanto ao novo Plano de Recuperação Judicial apresentado pela Recuperanda, e tampouco o declarou como insuficiente.“
A situação se agravou quando a proprietária do imóvel onde o frigorífico opera entrou com ação judicial para retomar a posse da planta frigorífica, o que coloca em risco a continuidade das operações da empresa.
Desvios de Caixa e Pagamentos Irregulares
Entre as descobertas mais alarmantes está o possível desvio de caixa em favor de Eduardo de Almeida Ferreira, apontado inúmeras vezes como um supostamente sócio ou gestor do Frigorífico Rio Beef.